Marocas aka Bochechas
Quando o Mário Soares se candidatou à presidência, pensei que era uma piada de mau gosto. Eu não tenho nada contra ele, antes pelo contrário. Acho que é a grande referência viva da democracia portuguesa e um dos grandes vultos do século XX português.
Século XX... pois... hoje... acho que não trás nada de novo.
Dei o benefício da dúvida. Mas continuei a achar um tremendo erro estratégico do PS em aceitar e promover tão ferozmente essa candidatura.
Hoje finalmente tomei a decisão. Não votarei definitivamente em Mário Soares nas próximas presidenciais. Admito erros estratégicos. Admito más campanhas. Admito discursos cansados e que não trazem nada de novo. Não admito que subestimem a inteligência dos eleitores!
Por natureza das circunstâncias, e da história portuguesa, a esquerda lusitana sempre foi um conjunto heterogéneo de ideias. Desde os liberais de esquerda, aos maoista, aos sociais democratas, aos marxistas, intelectuais, e outros de natureza semelhante. Tão diferentes e tão irreconciliáveis que por vezes até esquecemos que têm em conjunto os ideais de igualdade e solidariedade (mesmo os comunistas ?!).
Como seguimento destas diferenças, surgiram, a meu ver naturalmente, 4 candidaturas, todas legítimas e com o seu espaço. Mário Soares alinha pela social-democracia, Alegre pela corrente intelectual, Louçã o eterno liberal, Jerónimo de Sousa pelos Marxistas, e não tenho a certeza que Garcia Pereira não esteja na corrida pelo movimento proletariado.
A direita, pelo vácuo que Portas deixou ao aproximar os democratas cristãos dos populares, apresenta-se com apenas um candidato. Candidato esse que surge como favorito e em risco de ganhar as presidenciais na primeira volta.
O PS como resposta apela à desistência das outras três candidaturas de esquerda em deterimento do seu candidato, Mário. Isto permitiria a derrota da direita. Mas algo aqui não percebo... Se Cavaco tivesse, em 100 votos, 51, contra 49 dos outros 4 candidatos... O que alteraria face a 51 votos contra 49 de Mário Soares ?! Alguns cenários explicativos podem existir:
1) Acham que Soares corre o risco de não ser o segundo, o que seria uma grande humilhação para tão importante figura (mas com isso vivo eu bem);
2) Acham que alguém que votaria em Cavaco, passaria a votar em Soares, porque Jerónimo de Sousa apoia Soares e não Cavaco !?!? (nessa não caio)
3) Acreditam que um voto em Soares vale mais do que um voto em Fransisco Louçã (no sentido matematico da coisa, não no sentido figurado)... DUH !!!
4) A única razão plausível, é que em vez de um saco de gatos passaria a haver uma paz podre. Mas disso não tenho eu culpa, simples eleitor.
Qualquer uma delas, me parece muito pobre, e algumas roçam a ofensa ao eleitor. Bem, meus caros, o meu voto ficou decidido quando o único argumento que têm para ganhar, é que os outros desistam.
Século XX... pois... hoje... acho que não trás nada de novo.
Dei o benefício da dúvida. Mas continuei a achar um tremendo erro estratégico do PS em aceitar e promover tão ferozmente essa candidatura.
Hoje finalmente tomei a decisão. Não votarei definitivamente em Mário Soares nas próximas presidenciais. Admito erros estratégicos. Admito más campanhas. Admito discursos cansados e que não trazem nada de novo. Não admito que subestimem a inteligência dos eleitores!
Por natureza das circunstâncias, e da história portuguesa, a esquerda lusitana sempre foi um conjunto heterogéneo de ideias. Desde os liberais de esquerda, aos maoista, aos sociais democratas, aos marxistas, intelectuais, e outros de natureza semelhante. Tão diferentes e tão irreconciliáveis que por vezes até esquecemos que têm em conjunto os ideais de igualdade e solidariedade (mesmo os comunistas ?!).
Como seguimento destas diferenças, surgiram, a meu ver naturalmente, 4 candidaturas, todas legítimas e com o seu espaço. Mário Soares alinha pela social-democracia, Alegre pela corrente intelectual, Louçã o eterno liberal, Jerónimo de Sousa pelos Marxistas, e não tenho a certeza que Garcia Pereira não esteja na corrida pelo movimento proletariado.
A direita, pelo vácuo que Portas deixou ao aproximar os democratas cristãos dos populares, apresenta-se com apenas um candidato. Candidato esse que surge como favorito e em risco de ganhar as presidenciais na primeira volta.
O PS como resposta apela à desistência das outras três candidaturas de esquerda em deterimento do seu candidato, Mário. Isto permitiria a derrota da direita. Mas algo aqui não percebo... Se Cavaco tivesse, em 100 votos, 51, contra 49 dos outros 4 candidatos... O que alteraria face a 51 votos contra 49 de Mário Soares ?! Alguns cenários explicativos podem existir:
1) Acham que Soares corre o risco de não ser o segundo, o que seria uma grande humilhação para tão importante figura (mas com isso vivo eu bem);
2) Acham que alguém que votaria em Cavaco, passaria a votar em Soares, porque Jerónimo de Sousa apoia Soares e não Cavaco !?!? (nessa não caio)
3) Acreditam que um voto em Soares vale mais do que um voto em Fransisco Louçã (no sentido matematico da coisa, não no sentido figurado)... DUH !!!
4) A única razão plausível, é que em vez de um saco de gatos passaria a haver uma paz podre. Mas disso não tenho eu culpa, simples eleitor.
Qualquer uma delas, me parece muito pobre, e algumas roçam a ofensa ao eleitor. Bem, meus caros, o meu voto ficou decidido quando o único argumento que têm para ganhar, é que os outros desistam.
1 Comments:
Concordo plenamente contigo, com uma pequena diferença...
No início via a candidatura de Soares com bons olhos, mas depois de "certas e determinadas atitudes", já sei em quem vou votar.. e no Soares é que não é de certeza!
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