Sobre mudança

Tenho a ideia de mim que aceito a mudança como uma forma de vida. Sou menos comodista que a maioria das pessoas. Gosto de criar hábitos tanto como os destruir. Sou instável. Sou Peixes. Gosto de questionar, pelo menos interiormente, o status quo.
Questiono-me como consegui ser director financeiro 5 anos, e como consegui estar na mesma empresa com as mesmas funções 3 anos.
Quando iniciei o meu último emprego tinha perfeita consciência que mais cedo ou mais tarde iria mudar. Infelizmente foi mais tarde do que sempre esperei.
Em inícios de 2003 tive uma proposta de trabalho numa instituição que desde sempre me admirou. Seria adjunto de director financeiro da delegação portuguesa de uma respeitada instituição financeira europeia. Em termos de job description, opurtunidades, evolução de carreira, evolução pessoal, do status, tudo estava certo.
Matéria remuneratória... esquece... era investimento. Mas já fiz investimentos no passado, e não me escusarei a fazê-los no futuro.
Não aceitei. Teria work overload e não estava disposto a abdicar de uma viagem à Escócia (?!) por um emprego.
Depois de tomada a decisão... passei mal por uns tempos. Senti-me mal comigo mesmo. Inventava desculpas... Ia para pior, não pagavam tão bem como as minhas expectativas. Mas na realidade a causa era tão fútil como uma viagem à Escócia. Hoje acho que tomei a decisão certa, a Escócia valeu a pena.
Esta decisão mostrou-me 2 coisas: há mais na vida; de facto estava acomodado.
Por isso quando surgiu a decisão de voltar à EY, balancei. Vou abanar novamente o comodismo.
Contudo, tenho a certeza que tomei a decisão certa.
Felizmente, quando a dúvida emergiu, quando me questionei sobre se deveria mudar... a luz surgiu:
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