Coupland e Ellis
Douglas Coupland e Bret Easton Ellis são, muito provavelmente, os meus dois romancistas preferidos.
Bret Easton Ellis é californiano, o romance mais conhecido é Menos que zero, sendo que Psicopata americano também uma obra de referência.
Douglas Coupland, apesar de ter nascido numa base norte-americana na Alemanha, centra a sua actividade no Canadá - Vancouver. Geração X foi a sua primeira novela e deverá ser possivelmente a mais conhecida, nem que seja por ter baptizado uma inteira geração norte-americana (equivele grosso modo às pessoas agora com 30 - 35 anos).
Ambos escrevem novelas contemporâneas, com imensas referências ao nosso quotidiano. Os personagens são jovens, entre os 20 e os 35 anos, com vidas sem significado ou sentido.
Os protagonistas de Ellis são tipicamente bem sucedidos. Com cursos em universidades norte-americanas de primeira linha, ou jovens do mundo das artes. A vida que levam não tem um objectivo concreto. Acabam por se afundar no álcool, droga, culto do supérfluo (as novelas de Ellis são um sem fim de referências a marcas e produtos de gama alta) e sexo. As personagens acabam por se perder neste vazio e muitas vezes entram em actividades perturbadoramente anti-sociais. Patrick Bateman (Psicopata Americano) só se consegue sentir de alguma forma vivo quando mata alguém; em Glamorama assistimos ao vivo às aventuras de um curioso grupo terrorista formado por antigos modelos. Os livros deixam normalmente em aberto se estas actividades são fruto da demência alucinogénea da personagem, ou se de facto aconteceram no contexto da novela. Não são expressos juízos de valor nem a personagem sofre de algum fim terrivelmente mau expurgador da "vida de pecado" que leva. Fica sempre no ar a ideia de ad continuum deste vazio, indicando claramente que é a sociedade em que vivemos.
Coupland é mais espiritual. As personagens são pessoas normais, que de alguma forma estão conformados com a vida - apesar de esta não ser o que esperavam. Em Geração X, os 3 protagonistas isolam-se no deserto, trabalhando em empregos mal pagos, para se poderem sentir bem com eles mesmos. A crítica subjacente à nossa sociedade é o que é que nós temos a mais do que eles, assustadora a conclusão... Em Girlfrind in a coma, uma "namorada" passa 17 anos em coma vegetativo para acordar e não gostar do mundo actual. As pessoas não têm tempo, os amigos estão conformados, e, apesar das maravilhas da tecnologia, pouco sobra para nós. Coupland também inclui sidelines em algumas novelas. Recordo como fabulosa "Claro que vamos casar, mãe, podemos sempre divorciar-nos" em Geração X; ou "Esperemos que algum dia, acidentalmente criemos Deus" em Shampoo Planet.
Bret Easton Ellis é californiano, o romance mais conhecido é Menos que zero, sendo que Psicopata americano também uma obra de referência.
Douglas Coupland, apesar de ter nascido numa base norte-americana na Alemanha, centra a sua actividade no Canadá - Vancouver. Geração X foi a sua primeira novela e deverá ser possivelmente a mais conhecida, nem que seja por ter baptizado uma inteira geração norte-americana (equivele grosso modo às pessoas agora com 30 - 35 anos).
Ambos escrevem novelas contemporâneas, com imensas referências ao nosso quotidiano. Os personagens são jovens, entre os 20 e os 35 anos, com vidas sem significado ou sentido.
Os protagonistas de Ellis são tipicamente bem sucedidos. Com cursos em universidades norte-americanas de primeira linha, ou jovens do mundo das artes. A vida que levam não tem um objectivo concreto. Acabam por se afundar no álcool, droga, culto do supérfluo (as novelas de Ellis são um sem fim de referências a marcas e produtos de gama alta) e sexo. As personagens acabam por se perder neste vazio e muitas vezes entram em actividades perturbadoramente anti-sociais. Patrick Bateman (Psicopata Americano) só se consegue sentir de alguma forma vivo quando mata alguém; em Glamorama assistimos ao vivo às aventuras de um curioso grupo terrorista formado por antigos modelos. Os livros deixam normalmente em aberto se estas actividades são fruto da demência alucinogénea da personagem, ou se de facto aconteceram no contexto da novela. Não são expressos juízos de valor nem a personagem sofre de algum fim terrivelmente mau expurgador da "vida de pecado" que leva. Fica sempre no ar a ideia de ad continuum deste vazio, indicando claramente que é a sociedade em que vivemos.
Coupland é mais espiritual. As personagens são pessoas normais, que de alguma forma estão conformados com a vida - apesar de esta não ser o que esperavam. Em Geração X, os 3 protagonistas isolam-se no deserto, trabalhando em empregos mal pagos, para se poderem sentir bem com eles mesmos. A crítica subjacente à nossa sociedade é o que é que nós temos a mais do que eles, assustadora a conclusão... Em Girlfrind in a coma, uma "namorada" passa 17 anos em coma vegetativo para acordar e não gostar do mundo actual. As pessoas não têm tempo, os amigos estão conformados, e, apesar das maravilhas da tecnologia, pouco sobra para nós. Coupland também inclui sidelines em algumas novelas. Recordo como fabulosa "Claro que vamos casar, mãe, podemos sempre divorciar-nos" em Geração X; ou "Esperemos que algum dia, acidentalmente criemos Deus" em Shampoo Planet.
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