domingo, setembro 10, 2006

A verdadeira história da Poncha Ep 1

Sem nada de especial para escrever nesta horrível rotina em que está a minha vida, aproveito para contar as estórias por detrás dessa bebida madeirense de nome Poncha.

Corria o ano de 1419, a Guerra dos 100 anos, que durou, como o nome indica, 116 anos, continuava a afectar a França. As estradas cada vez estavam mais intransitáveis, por causa dos bombardeamentos da aviação britânica, ou pelas frequentes greves dos condutores de carroças franceses. Assim, as meninas do leste europeu cada vez chegavam em menos número às praias lusitanas.

Foi por esta altura que o jovem Henrique, que, por causa das tripes com ácido, ganhou a alcunha de o Navegante, se mudou para Sagres com os seus companheiros da naite lisboeta para fugir aos dealers da capital. Obviamente, a história se encarregou de lhe mudar o nome para Henrique, o Navegador.

Ficaram muito tristes, porque nessa zona as casas da noite deixaram de ter as eslavas para animar o grupo por causa da guerra que assolava França. Assim sendo, pediu um iate ao seu pai para irem para as terras do Brasil, onde, dizia-se haviam mulheres ainda melhores que as eslavas. O pai, entretido a dar porrada nos monhés, por causa dos tapetes falsificado que comprara, acedeu ao pedido do filho boémio, e que não o chateasse mais com as suas desventuras marialvas.

Henrique acabou por não embarcar nessa viagem, preferindo o surf em Sagres e as noites da Kadoc. Mas embarcaram, João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, dois fidalgos da corte e grandes amigos da borga do infante Henrique.

Pela altura do fim do ano avistaram terra. Pensando ter chegado ao Brasil e às suas mulatas, deram o nome à enseada onde desembarcaram de Porto do Prazer. Assim que descobriram o erro, inventaram uma desculpa e mudaram o nome para Porto Santo, nome que a ilha ainda hoje tem.

No ano seguinte voltaram a tentar e chegaram desta feita a uma ilha maior. Passaram a primeira noite a beber copos, eu diria garrafas, de um vinho generoso muito em voga nessa ilha, de nome vinho da Madeira. Em homenagem a esse vinho, deram à ilha o nome de Madeira.

No dia seguinte, ainda ressacados, foram convidados à corte da ilha. O rei era um tal de Jardim, senhor absoluto dessas paragens. O rei era uma pessoa bondosa, querido entre os nativos da ilha, grande amante do Vinho da Madeira, do Carnaval, da passagem de ano e de qualquer outra festividade local. Estava na moda por essa altura uma canção popular, que rezava “O Madeira é do Jardim, bis, Como ele não há igual bis”, uma clara alusão ao vinho generoso e à generosa capacidade do Jardim em aguentar a bebida.

Jardim, perante tão forte armada portuguesa estacionada na ilha (o iate real), perguntou o que queriam tão ilustres visitantes. Os dois foliões (o João e o Tristão), entraram no gozo e disseram que queriam a ilha para a coroa portuguesa. O Jardim, velha raposa, acedeu ao pedido com a condição de Lisboa pagar todos os anos tributo à coroa da ilha (ao Jardim). Felizmente para nós, não cometemos tal erro noutras colónias, sendo o modelo seguido posteriormente, o de serem as colónias a pagar tributo. Talvez por este facto a Madeira é uma das poucas colónias que ainda restam ao nosso império, tendo-se mantido até hoje a tradição de lhes pagar tributo.

Seguindo o conselho do Jardim, no final do ano, mudaram o iate para Câmara de Lobos, já que na capital, Funchal, era habitual incendiar os barcos lá ancorado para comemorar a entrada no novo ano. Hábito que perdura até hoje, como sabemos.

Aos poucos dias do novo ano de 1421, os nossos heróis zarparam para Lisboa, sem as mulatas, mas com muito vinho e uma ilha.

Antes de partirem, tiveram que cumprir a tradição de Câmara de Lobos. Beber a famosa Poncha. O nome deriva do Punch inglês, tal o soco que dá no estômago. A bebida na altura consistia de álcool puro destilado do vinho da Madeira. Os nossos amigos consideraram a bebida absolutamente intragável, habituados que estavam às aguardentes velhas feitas de vinho do Douro envelhecidas em carvalho. Aproveitaram laranjas que ainda sobraram no iate para fazer sumo e cortar os próximos copos da Poncha. Hábito que parece ter sido do agrado dos madeirenses que desde essa data acrescentam sumo de laranja às suas Ponchas.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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5:31 da tarde  

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